O empoderamento feminino no mercado de trabalho

Entenda como o empoderamento feminino reflete no mercado de trabalho

 

Durante a formação das primeiras sociedades, as mulheres tinham a responsabilidade de cuidar de suas casas, de seus maridos e de seus filhos. Cozinhar, limpar e nunca questionar o papel que desempenhavam eram as principais funções de uma boa mulher, como era considerada.

Porém, aos poucos, a partir da década de 70, as mulheres passaram a adquirir mais independência para estudar, profissionalizar-se e trabalhar em diferentes tarefas. Ainda é raro enxergá-las em posições de poder na comunidade, especialmente se considerarmos as mulheres pretas e indígenas. Ainda assim, é possível observar uma mudança na mentalidade da sociedade.

Quando as mulheres adquirem consciência de que são responsáveis por seus futuros, de que podem estudar o que quiserem e de que é possível ocupar espaços que antes lhes eram negados, o empoderamento feminino se constrói. Para que esse conceito seja percebido, é importante que todas as mulheres tenham as mesmas oportunidades, que todas elas avancem juntas no mercado de trabalho, por exemplo. 

Embora seja um longo caminho a percorrer até que as desigualdades que poluem a sociedade sejam revertidas em empoderamento de grupos sociais excluídos, já é possível observar sinais de que esse processo está em andamento. Uma das evidências disso é a atuação das mulheres no desenvolvimento de empreendimentos próprios, que recebem cada vez mais atenção.

Segundo uma pesquisa feita pelo Monitor Global de Empreendedorismo (Global Entrepreneurship Monitor) em 2018, 48% dos empreendimentos iniciais são comandados por mulheres. Nos empreendimentos que já estão inseridos no mercado, elas equivalem a 43% do total. Assim, observa-se que as mulheres estão construindo seus sonhos e adquirindo independência financeira de forma autônoma, significativamente.

Infelizmente, elas ainda não são a maioria da força produtiva do Brasil, e enfrentam muitas dificuldades para ocupar esse posto. Como a criação dos filhos ainda é fortemente atribuída às mulheres, em muitos casos elas precisam deixar o mercado de trabalho para cuidar das crianças. A Fundação Getúlio Vargas identificou, em 2017, que 48% das mulheres abriram mão de seus empregos antes que os filhos fizessem um ano de vida.

Em contrapartida, a Rede Mulher Empreendedora, em 2016, apontou que 75% das mulheres empreendedoras iniciaram os negócios delas depois de terem filhos, quando saíram do mercado corporativo. Dessa forma, entende-se que as mulheres estão atuando como protagonistas de suas histórias, adotando formas de trabalho que se encaixam melhor com as funções que desempenham.

Sem o empoderamento feminino, as mulheres ainda estariam fadadas a ter filhos e a cuidar de suas casas, exclusivamente, dependendo de outras pessoas para ter uma renda, além de não ver as necessidades delas atendidas por produtos disponíveis para compra ou em rotinas de trabalho. É essencial que as mulheres se unam, apoiem-se e lutem por seus sonhos, para que a sociedade apresente mais diversidade e mais igualdade naquilo que é oferecido.

 

Foto: João Furlan

Empreendedora: Manu Fisch

 

Por Julia Gravalos Benini

Joias Plume

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